terça-feira, 5 de abril de 2011

A poesia não é deste mundo


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Shhhh... Não fales demais. As palavras cansam-se. Não escrevas também. Deixe que o que tiver de ser dito pronuncie-se, revele-se à aurora dos teus versos. Escrever é antes de tudo um ato soberbo, uma ousadia. Não ouses escrever à revelia das palavras. Talvez elas não queiram ser ditas agora. Respeito ao lirismo é essencial, meu caro. Fazer poesia não pode, nunca, ser automático. As poesias possuem vida própria, acordam-se cedo, espreguiçam-se faceiras em suas camas de nuvens, etéreas como elas só. E levantam-se! Ah, o despertar de uma poesia... é doce ver uma poesia levantar-se, surgir suave no meio da prosa insana que às vezes é esta vida. E se um dia achares que perdeste o lirismo nos teus dias, não afoba-te em buscá-lo, desesperado, nas coisas mundanas. A poesia não é deste mundo. Poesia é revelação de anjos, um bálsamo para o coração.


8 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

A poesia realmente não é deste mundo. Pouca gente a entende tão bem quanto você.

Um beijo.

Valeria Soares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Valeria Soares disse...

"Penetra surdamente no reino das palavras..."

Cristiano Guerra disse...

Vou te classificar agora:
parnaso-rococó-moderna-romantico-art_decor

Paulo Francisco disse...

As palavras se revelam diante de ti, Escafandrista.
Um beijo

Rafaelle Benevides disse...

Ai, eu sou rococó, Cristiano???!!! rsrsrs

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

... E o crepúsculo da poesia! Óh, esse é tão belo quanto a aurora do espreguiçar-se das resplandecentes palavras! Pois, embora seja a hora do cair noturno,do acabar do dia, seu brilho se torna novamente interno,é guardado para outras horas, dias, épocas... e quem sabe, ao despertar novamente mais fulgentes, ainda com o mesmo gostinho daquele sentimento e sensação de quando se espriguiça, volta a tona suas nuances e seu valor.

Cordialmente,
De um peregrino;

Giordano Bruno de LaMarques.