terça-feira, 6 de junho de 2017

O obscuro caminho da lucidez



O meu lirismo anda à flor da pele,
à flor das horas, à flor do vento,
como o tempo quer.

Ninguém me diz de mim,
perdida nos meus anseios
em meio a lúcidos devaneios poéticos.

Meus livros me lêem
e me dizem da shistórias que escrevi.
As linhas do meu rosto realçam
O brilho nos olhos das coisas que vi.

A minha poesia retorna aos poucos
como a gente quando volta de uma longa viagem.

(À flor do vento - A Escafandrista)

Todos os dias eu acordo pensando em ser melhor do que fui no dia anterior. Descobri que a luta não é contra os outros, contra o mundo. A luta diária não é contra mais ninguém além de mim mesma. Tenho me cobrado cada vez menos com relação à vida porque descobri que, ao final, os aplausos não existem. As críticas não existem. É tudo um jogo de ilusão. Descobri que aonde quer que eu vá, não é preciso ter pressa porque estou sempre no lugar certo, com as pessoas certas, na hora adequada. Não há nenhum lugar que me pertença e quanto mais eu caminho, menos sou dona dos meus próprios passos. Esses passos que, depois de dados, viram só pegadas na areia. Descobri que eu sou o viajante e o caminho. Eu sou o ponto de chegada e de partida. Eu sou o trem e os trilhos. Descobri que não há nada que possa me tirar desse estado de paz. Eu sou o veneno que me entorpece, eu sou a minha própria cura.