terça-feira, 31 de maio de 2011

Andarilhos

Quando o sol puser-se a descansar
Virá a certeza de que,
No seio desejante,
Renascerá uma poesia maior.

E no coração dos guerreiros
Uma luz erguer-se-á
Para clarear o caminho
Daqueles que andam sós.

Transcending the tempest, Karl bang

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Noturna

Poesia dedicada a R. F.

Recite em voz alta, amor.
Esta poesia é pra você.
Como o vento que varre as folhas lá fora,
Esta é a minha verdade agora,
É o que posso te dizer.

É que nada mais aqui é triste,
Esta casa é azul, amor,
Desde que você existe.
É o tempo que guarda a memória,
É a minha vontade de perder a hora,
É o seu nome, amor, que eu chamo antes de dormir.

E o teu lençol inda é o meu pijama,
O teu perfume ainda está na minha cama,
Me diz, amor, como hei de dormir?


Mais uma poesia noturna, que eu não durmo enquanto não fizer ela existir.

Geminianos

Alegres criaturas,
Companheiros e doces convivas
São os geminianos.
Tão ágeis em palavras,
pensamentos e ações.
Falam tudo o que pensam,
Mudam todo dia, o dia inteiro,
Equalizam em todas as vibrações.
Sempre fortes, inteligentes e intensos,
Não perdem um segundo na vida,
Por tudo palpitam seus corações.

Ilustração de José Oz


Poesia dedicada a todos os geminianos como o Chico e eu. Parabéns a todos os geminianos.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Quinta Estação



Na primavera tudo são flores que nossos olhares plantam em meio aos dias longos nesta cidade grande. Nas horas secas que o outono anuncia, fica a expectativa de colher o amor que semeio. É nas noites de um inverno silencioso que faz-se no peito um desejo adormecido, mas que sonha sempre com os nossos dias de verão. Eu vejo, amor, em teu corpo um apelo sincero, amar-te é tudo aquilo que mais quero e por isso peço: adora-me por mais uma estação.


domingo, 15 de maio de 2011

O Ato x O Fato.

Quanto mais penso que gostaria de escrever ou saber criar como essas mulheres que admiro, como Clarice ou Frida, melhor compreendo que é impossível obter tal lirismo sem sentir a tristeza da alma de uma, a dor da carne da outra. Mais convenço-me que escrever não tem nada de abstrato, escrever é algo vivencial. A Escafandrista.

"Pensar é um ato, sentir é um fato"
Fotopoema

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vôo Livre

Ilustração de Kyle M. Stone


Era aquela mesma vida alegre de todos os dias. Era criança brincando em frente de casa, na frente da casa amarelinha. Sabe aquelas casas de vila antiga? Pois foi ali que cresceu. E cresceu em meio às árvores no quintal da casa da avó, brincando de floresta. Tinha um quarto reservado só para os estudos, ali era a biblioteca particular, no segundo andar da casa. No mesmo ambiente havia uma sacada, uma janela que dava para o mar. Foi ali que ensaiou os seus primeiros vôos livres.


domingo, 8 de maio de 2011

Matrioska

Matrioska


"Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo.
Me apavora a renúncia. Dize que eu fique
Afugenta este espaço que me prende. 
Afugenta o infinito que me chama que eu estou com muito medo, minha mãe".
Vinícius de Moraes, do livro Poesia completa e Prosa, Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 186.








Em homenagem ao Dia das Mães. Parabéns a todas! 




sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tesouros


Em pálida poesia branca desfaço-me. Atravesso janeiros e janeiros, avessa ao calendário que não reconhece os meus dias. Meu tempo é outro que não aquele das puras almas que, cândidas, passam por esta vida, tão impotentes. Meu olhar deslumbra-se nas infinitas possibilidades de um campo aberto às palavras, das quais elas são soberanas. Não, eu não creio somente em versos. Eu não creio somente em palavras, mas em cada ato que mostre a essência humanal dos poetas aflitos, dos poetas famintos, que anseiam pela boa poesia. Minha boca tem fome, minha pele tem fome. Rebela-se no peito o coração flamejante com o furor de todos os tempos, com o brado dos guerreiros de todas as eras, em forma de escudo no peito errante, no seio meu. Fica marcado no corpo, na pele, o fogo, as minhas digitais. Deixo-te os meus versos em forma de tesouros, de navio perdido, naufragado, à espera de ser resgatado por um escafandrista qualquer.

amurderous



quarta-feira, 4 de maio de 2011

Aviso aos navegantes:


Ando submersa em livros e devaneios literários.