sábado, 26 de janeiro de 2013

Adélia Prado


"Toda obra... ela... o objetivo dela é atingir o momento poético, seja escultura, teatro, cinema, música. Ela só acontece a hora que ela vibra poeticamente." 

"Qualquer autor é instrumento de algo que o suplanta, que é maior que ele."

"A natureza do religioso e da experiência poética é absolutamente igual."

"A vingança da poesia é essa, é ela ser maior que a gente"

Estas e outras belezas foram ditas por Adélia Prado, mesclando poesia e fé em seu discurso poético-religioso. Vale muito a pena conferir o vídeo da Saraiva. 

Boa noite!

domingo, 20 de janeiro de 2013

Poema pra dizer adeus

Quisera descansar meus olhos,
Descansar o peito e a boca
Da vertigem que causam as ondas
Enquanto o mar é só ânsia.

De volta ao cais eu reconheço o teu rosto
Como o cão que reconhece o dono
E logo arqueio meu corpo em tua direção
E não te beijo.

Faço então o retorno ingrato
Daquilo tudo que poderia ter sido
E perdeu-se nas margens dos rios
Das minhas poesias profundas e tolas.

Eu despeço-me de ti sem largar as malas,
Dando as boas vindas à nova vida
Que chega revestida de amor e vaidade pouca
Com os olhos brilhando e pérolas nos cabelos.


5 de agosto de 2011, Fortaleza, Ceará, Brasil.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Trocadilhos poéticos


Há bocas que nos falam como se tivessem beijos

sábado, 5 de janeiro de 2013

Versos sem nome

Encontra-me emudecida a poesia.
Bate à porta e entra, dona de tudo,
Aflita, a querer interrogar-me à revelia.

Encontra-me indefesa e muda,
Depois de tantas idas e vindas,
Some.

Deixa-me os versos na boca.
O gosto daquilo que não deve ser dito,
Aquilo que a si mesma anuncia
Não tem nome.

Ao ver-me pálida, arredia,
Assustada perde-se a poesia,
Abandona-me.