segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cidade lírica


Bailam os versos meus
Por entre as ruas desta cidade lírica.
Enquanto dormem seus cidadãos,
As imagens oníricas percorrem os labiritos da mente,
Soltos, órfãos de pai e mãe.
As palavras inundam as bocas que,
Aflitas, ousaram pronunciar a essência daquilo
Que nunca foi nem nunca será.

Imagem da web
E os meninos que dormem na rua,
Repousam sobre palavras no papel
Em preto e branco
Enquanto chove.

E a chuva leva embora as palavras.
Escoam pela rua os versos
Que um dia foram deixados nos muros das casas, incompreensíveis.

Em grandes painéis espalhados pela cidade
Contam-se palavras que não são de ninguém.
Os meninos dormem, as palavras bailam,
Enquanto uma poesia insana amanhece
Sobre a grande selva urbana.

7 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Poesia do horror.
Uma tristeza só.

Beijo.

Paulo Francisco disse...

Texto e imagem fortes.
Parabéns!

Thiago Quintella de Mattos disse...

É a única poesia deles, que ainda não podem falar, mas se expressam e você as tomou emprestado. O sentimento deles aqui, para nós, os "bem aventurados".

CARLA STOPA disse...

Me fez lembrar Gentileza...Beijo, amiga.

Rosamaria disse...

Intenso e verdadeiro.

Lindo e triste.

Um beijo!
Boa viagem!

Leticía Gomes disse...

nossa, isso é raro!
hahahaha

estou seguindo, mas quase nunca entro no blogger. nossa. to impressionada ainda!

um beijo

docerachel disse...

E houve um grito no meio da noite e ele não era meu.