terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"Das poesias

que restam-me hoje..."


"Ah, derramar-me líquida sobre o mar
– ser onda indefinidamente –
esperar pela primeira estrela
e dela ser apenas
espelho".

Olga Savary

Olhar vacilante, falta a voz. Indefesa, refugio-me sob as tuas asas. Doces horas, escrevo sobre a tua pele as poesias que antes habitavam as paredes do meu quarto. Mais um quarto de hora, espero. Passos de um leve caminhar, escondo-me sob a tua sombra, guardo-me inteiramente: sóbria, compreensiva, expectante. Jardineira, mãos na terra, trabalho de poeta é fazer poesia germinar que nem planta. Então floresço. Esse verbo existe? Se existir, acho que escreve-se assim. Com sc. Floresço, emudeço, docemente padeço deitada sobre as horas nas quais espero-te.

A Escafandrista

3 comentários:

Thiago Quintella de Mattos disse...

Uma proteção, uma referência! Esperemos a emancipação!

Paulo Francisco disse...

Muito bom! Adorei.
Um beijo!

Franck disse...

Que 2011 faça-se de florescimento...
Bjs*
PS: Mangue-seco em São Luís, é uma praia basicamente de pescadores. Mas em todo o nordeste brasileiro há seus mangues-secos, então, não sei se foi exatamente do daqui que vc ouviu falar, ok?