sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Solitude



"Ainda que haja noite no coração, vale a pena sorrir para que haja estrelas na escuridão."
(Arnaldo Alvaro Padovani)


Imagem da web





Tenho pensado sobre o estado de paz. Aquela tranquilidade que vem da segurança de estar bem consigo mesmo. Não importa onde nem quando. Estar sozinho é estar na melhor companhia do mundo e isso é estar em paz. Estar em paz onde quer que esteja. Sozinho ou acompanhado.


O primeiro relacionamento de todos é aquele que temos com nós mesmos. Se alguém chega e nos bate à porta, bem. Você recebe bem porque sua casa interior é um templo de alegria. Quem quer que chegue, se sentirá em paz, sentirá a sua paz. Se ninguém vem, bem também. Porque você está totalmente consciente e seguro de si em qualquer circunstância.


Nem fome nem sede, nem sol, nem chuva abalam a sua paz interior porque ela foi cultivada docemente por anos e anos de solitude consigo mesmo. Solitude é diferente de solidão. Nesse momento, o corretor ortográfico sequer reconhece a palavra, mas eu a conheço bem. Solitude é o melhor estado de vibração em que se pode estar quando se quer atrair coisas boas. Já a solidão é um estado de escassez da alma, que vibra como chão rachado à espera da chuva. É possível estar no meio de uma multidão e mesmo assim sentir solidão.


Estejamos então em paz porque aprendemos a estar sozinhos e isso porque, estando a sós, conseguimos ser o mais honestos quanto for possível. Sartre diria que se você se sente mal quando está só é porque está em má companhia. Eu diria que é porque ainda não exercitou o suficiente a sua solitude.


Solitude é sinônimo de privacidade e não de privação. É o estado em que se arruma a casa para receber quem quer que venha. É o estado em que a casa permanece arrumada, mesmo que não venha ninguém.



Nenhum comentário: