domingo, 28 de abril de 2013

Devaneios de domingo

Zero hora de domingo pra segunda e a insônia nos acompanha num fervor intermitente. Pouco importam os nossos compromissos de amanhã, tua nudez reconhece as minhas curvas. Estamos tomados de vinho, de amor, de calores muitos e em várias direções. Os livros na estante emudeceram, mas eu lembrei de um poema teu, guardado na gaveta, um soneto. Tentei imaginar quantos homens já me escreveram sonetos. Só você. Só você que, no soneto, se dizia meu. É preciso muita coragem para mentir em métrica poética tão bem calculada. Talvez fosse verdade no momento em que escreveu. Agora que leio, é só saudade. Saudade é você que se estica no meu sofá, me traz um vinho barato e tenta ocupar um lugar que já te pertenceu. Continua se perdendo nas minhas curvas, nas minhas poesias, nos meus devaneios de domingo. Amanhã esquecemos o passado e voltamos a viver no presente.


4 comentários:

Anderson Dias disse...

nostálgico, triste...

Liza Leal disse...

Penso que no momento da inspiração, o sentimento que rolou de modo intenso, o suficiente para ter ganhado vida num belo soneto.
E como esses sonetos bagunçam e organizam nosso ser!... rs

bjo querida!
grata pela visita
=)

Valeria Soares disse...

Belíssimo! Aplausos!

Rebeca Zaupa disse...

Dolorido, é isso que é...