domingo, 14 de fevereiro de 2010

Enigma



Era um dragão que morava no peito,
Era uma dor,
Um atrevimento
Querer algo assim.
Era uma fera que tomou seu próprio espaço
No meu tempo,
Era a forma pura do desejo que havia em mim.
Era uma força estranha,
Alguma coisa tamanha
Que não cabia em si.

Era de tudo um pouco,
Palavra e silêncio,
Terra e nuvem,
Loucura em meio à tempestade.
Era sonho de noite fria,
Era poesia vazia
De sentido e de razão.
Era bicho,
Era anjo,
Era a hora, era o meio-dia,
A noite que caía
Tecendo as manhãs.

2 comentários:

Anônimo disse...

como é paradoxal e puro existir...

D. F. C. disse...

Era... foi tudo isso e já não é mais. No final das contas o que resta é o que já existia, com algumas arestas aparadas.