Instituto Hilda Hilst |
Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro
Um arco-íris de ar em águas profundas.
Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.
Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada.
(II)
* * *
Descansa.
O Homem já se fez
O escuro cego raivoso animal
Que pretendias.
(Via Vazia - VIII)
(Amavisse - Hilda Hilst, São Paulo: Massao Ohno Editor, 1989.)
4 comentários:
Faz tempo que não lia essa mocinha...
Gosto da profundidade dos seus versos.
De agora em diante estarei apenas com o blog DRINK POESIA. Não mais - Cabana de versos.
bjim
mta luz!
=)
Que lindo tudo isso!
Boa semana!
Aqui, lendo poesia e alimentando uns peixinhos... Que saudade!
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