Shhhh... Não fales demais. As palavras cansam-se. Não escrevas também. Deixe que o que tiver de ser dito pronuncie-se, revele-se à aurora dos teus versos. Escrever é antes de tudo um ato soberbo, uma ousadia. Não ouses escrever à revelia das palavras. Talvez elas não queiram ser ditas agora. Respeito ao lirismo é essencial, meu caro. Fazer poesia não pode, nunca, ser automático. As poesias possuem vida própria, acordam-se cedo, espreguiçam-se faceiras em suas camas de nuvens, etéreas como elas só. E levantam-se! Ah, o despertar de uma poesia... é doce ver uma poesia levantar-se, surgir suave no meio da prosa insana que às vezes é esta vida. E se um dia achares que perdeste o lirismo nos teus dias, não afoba-te em buscá-lo, desesperado, nas coisas mundanas. A poesia não é deste mundo. Poesia é revelação de anjos, um bálsamo para o coração.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
A poesia não é deste mundo
Shhhh... Não fales demais. As palavras cansam-se. Não escrevas também. Deixe que o que tiver de ser dito pronuncie-se, revele-se à aurora dos teus versos. Escrever é antes de tudo um ato soberbo, uma ousadia. Não ouses escrever à revelia das palavras. Talvez elas não queiram ser ditas agora. Respeito ao lirismo é essencial, meu caro. Fazer poesia não pode, nunca, ser automático. As poesias possuem vida própria, acordam-se cedo, espreguiçam-se faceiras em suas camas de nuvens, etéreas como elas só. E levantam-se! Ah, o despertar de uma poesia... é doce ver uma poesia levantar-se, surgir suave no meio da prosa insana que às vezes é esta vida. E se um dia achares que perdeste o lirismo nos teus dias, não afoba-te em buscá-lo, desesperado, nas coisas mundanas. A poesia não é deste mundo. Poesia é revelação de anjos, um bálsamo para o coração.
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8 comentários:
A poesia sussura, na fala do silêncio, antes de qquer coisa.
bjo
saudadess
=)
Formidável! Meus parabéns! Lembrou-me algo que a filósofa alemã, Hannah Arendt, diz a respeito da poesia. Se me permite citar...: "A poesia,cujo material é a linguagem, é talvez a mais humana e a menos mundana das artes, aquela cujo produto final permanece mais próximo do pensamento que o inspirou.
A durabilidade de um poema resulta da condensação, de modo que é como se a linguagem falada com extrema densidade fosse poética por si mesma... [...]De todas as coisas do pensamento ,a poesia é a que mais se assemelha a este último ; e, entre todas as obras de arte a que menos se assemelha a uma coisa é um poema". (ARENT, IN: A Condição Humana) Concordo com você, a poesia não é deste mundo, e os poetas, como você, tem algo que com toda certeza os ligam a algo maior e mais sublime que as coisas que a maioria dos humanos não pode perceber... Viva os poetas que por meio de suas obras tornam a vida mais bela...
Tbém acho que a poesia não é desse mundo... Nem sei se ela existe...
Saudades daqui!
A poesia não é mesmo desse mundo, ela habita o coração mais puro, aquele coração que sonha, que vê através do véu da eternidade. A poesia é majestosa em tão poucos dizeres e vem dizer, absoluta, quando só o que desejamos, do fundo do coração, é sentir. A poesia é da alma, da essência, do espírito, mas nunca do mundo!
Minha linda ! Que texto maravilhoso, só poderia ser seu mesmo, né ?
Adoro mergulhar aqui, não posso nunca mais me esquecer disso!
Beijo no coração, viu ? Fique bem!
www.vidainversoepoesia.blogspot.com
Admirável a facilidade que tens de encaixar as palavras e os sentimentos. Tenha certeza de que és a escritora mais importante deste lugar, sem exageros.
Beijo, querida.
Oi, amigos. Agradeço os comentários de vocês. Gostaria de saber quem é o anônimo rs Responderei a todos em breve.
A poesia não desiste, ela insiste em devolver a paz, que muitas vezes é roubada pela vida e seu dia a dia.
Rafa, amei teu comentário, vou pensar na continuação.
Beijos, se cuida ;)
Escrevo levezas pra poder esconder minhas sombras todas debaixo do tapete. Escrevo pra confessar minhas verdades e enfeitar minhas mentiras; pra te trazer mais perto e em ti mergulhar; escrevo pra poder te apagar; e reviver você entre amores amarelados, páginas rasgadas e sonhos límpidos. Sou papel em branco a ser traduzido em jardins bonitos e campos de batalha. E coleciono letras na ordem do meu querer pra poupar meu dinheiro e o tempo do terapeuta; pra salvar minha lucidez e preservar minha quota de insanidade. Escrevo porque escravo; escrevo para nunca mais precisar escrever...
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