domingo, 19 de junho de 2011

Barcos de papel

"Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer".

Sem Fantasia, Chico Buarque.

weheartit

Mais alguns dias que passam e nós continuamos aqui a velejar nossos velhos barcos de papel. Você aí com a sua arrogância e aparente displicência e eu, como sempre, puxando mais um cigarro, fingindo não ouvir as músicas que lembram você. Não é dia dos namorados, nem precisa ser. Você me busca insolente, nas minhas cartas, nas minhas poesias, mexendo naquilo que não é seu. Eu espero o telefone tocar três vezes antes de atender e você me fala com voz de sono que eu estava alterada. Não, eu não estava. Talvez não falasse tudo aquilo de novo, mas eu estava em perfeita consciência. Então às dez você retorna aos meus braços, como eu esperava... aflito, indefeso, enrolando-se nos meus cabelos, dizendo que dali não sai mais. 

6 comentários:

Valeria Soares disse...

Perfeito!

Liza Leal disse...

Espero q o seu telefone continue a tocar. Eu não esperaria q tocasse 3vzs. rsrs

bjo
bom dia!
=)

Anônimo disse...

Escafandra... Minha caríssima... Estamos em profunda desintonia! Tão desintonizados, que por vezes nos confrontamos com as palavras e delas nos acrescentamos e nos tornamos a mudança...

Grato !

D'art

Letícia Palmeira disse...

Texto de final feliz com direito a orgulho, telefonema e aflição.

Chico Buarque sempre ajuda. =)

Beijo.

Kaiser Soze disse...

Há momentos em que interessa pouco quem erra e quem acerta; interessa onde a estrava vai dar ou onde a ponte vai ruir.

Bjo

Rafael Castellar das Neves disse...

Boa...bem descrita esta quase cotidiana cena...bom aqui!

[]s