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Shhhh... Não fales demais. As palavras cansam-se. Não escrevas também. Deixe que o que tiver de ser dito pronuncie-se, revele-se à aurora dos teus versos. Escrever é antes de tudo um ato soberbo, uma ousadia. Não ouses escrever à revelia das palavras. Talvez elas não queiram ser ditas agora. Respeito ao lirismo é essencial, meu caro. Fazer poesia não pode, nunca, ser automático. As poesias possuem vida própria, acordam-se cedo, espreguiçam-se faceiras em suas camas de nuvens, etéreas como elas só. E levantam-se! Ah, o despertar de uma poesia... é doce ver uma poesia levantar-se, surgir suave no meio da prosa insana que às vezes é esta vida. E se um dia achares que perdeste o lirismo nos teus dias, não afoba-te em buscá-lo, desesperado, nas coisas mundanas. A poesia não é deste mundo. Poesia é revelação de anjos, um bálsamo para o coração.
8 comentários:
A poesia realmente não é deste mundo. Pouca gente a entende tão bem quanto você.
Um beijo.
"Penetra surdamente no reino das palavras..."
Vou te classificar agora:
parnaso-rococó-moderna-romantico-art_decor
As palavras se revelam diante de ti, Escafandrista.
Um beijo
Ai, eu sou rococó, Cristiano???!!! rsrsrs
... E o crepúsculo da poesia! Óh, esse é tão belo quanto a aurora do espreguiçar-se das resplandecentes palavras! Pois, embora seja a hora do cair noturno,do acabar do dia, seu brilho se torna novamente interno,é guardado para outras horas, dias, épocas... e quem sabe, ao despertar novamente mais fulgentes, ainda com o mesmo gostinho daquele sentimento e sensação de quando se espriguiça, volta a tona suas nuances e seu valor.
Cordialmente,
De um peregrino;
Giordano Bruno de LaMarques.
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