quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Memórias e Tempos
Eu fiz o tempo passar,
Eu andei por onde tantas outras civilizações andaram.
Eu caminhei e procurei ali o meu lugar.
Por entre ruas tortas,
Pessoas meio mortas,
O cheiro do absinto no ar.
Eu fiz o tempo passar, passar como o vento.
Eu fiquei marcada ali,
De tantas coisas vistas,
Nada sacia o meu desejo
Do meu prazer estético.
Eu caminhei ali,
Deixei no chão a marca dos meus passos
E eu volto,
Porque ali mesmo prometi voltar.
Eu fiz então o tempo, tanto tempo passar,
Passar como o vento, eu fiz o tempo passar.
Eu vi a mulher de saia comprida,
Eu vi a feira amanhecer.
Eu passei ali e tudo ficou em mim,
A igreja antiga,
A música e tudo o mais.
E eu deixei marcas lá.
Eu fiz o tempo, eu fiz o vento, eu fiz o mundo girar.
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Um comentário:
Demos-te nossas mãos, todos nós que te lemos, e fomos contigo, aí, sabe-se onde e quando, em túneis de tempo e transporte de lugar, neste poema com aroma de árvores de canela, visões de flores e cidades adormecidas no tempo e esquecidas dos homens... Então, contigo vimos essa mulher que encontraste, essa igreja antiga, e ouvimos essa música ao longe. Não sei se deixamos marcas no chão, se nossa passagem por lá foi percebida, mas tua criação certamente deixa marcas em quem ofereça a sensibilidade para se deixar tocar.
Lindos versos, lindo poema, linda viagem no tempo e no espaço.
Obrigado por isso.
Um abraço carinhoso
Marcelo Bandeira
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