sexta-feira, 19 de março de 2010
Olhos mudos
Contavas-me na infância
Histórias de teus olhos brilhantes,
De travessuras e instantes
Que não existem mais.
Tens agora os olhos mudos.
Tens, desde já, as tuas horas secas
Os olhos violetas,
Frios e senis.
Bailam as cores
Dos olhos teus
Nos versos meus
Como os barcos bailam no cais.
Tens agora os olhos mudos,
As horas secas,
Os olhos de cor violeta
Que já não se iluminam mais.
Dedicado a Violeta do Lago Costa, cujos olhos já mudos ainda testemunham os meus dias.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Habitam-me
Habitam-me tantas mulheres,
Tantas e tão raras.
Tão loucas e tão sãs
Em seus devaneios,
Sonhos e alucinações noturnas.
São tantas,
Todas com seus anseios,
Suas caras, bocas e seios,
Cicatrizes nas pernas,
Mulheres meninas ainda.
São coloridas,
São gris.
São delicadas e viris.
São tantas e tão raras...
Meninas, mulheres de Picasso
Mulheres de lua,
Mulheres da lua,
Mulheres do lar e do mar.
Habitam-me todas,
Tantas e tão raras.
Imagem: Moça no espelho de Picasso
Feliz Dia Internacional a todas as Mulheres.
domingo, 7 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Perspectiva escafandrista
Acreditem, eu vi pelo escafandro...
Será o único ou existirão outros iguais a ele?
Importa mais agora saber que ele existe sim.
terça-feira, 2 de março de 2010
Entrelinhas
Que as luzes de um novo dia iluminem a tua face
E que eu assim possa ver-te,
Que esta seja a minha primeira visão ao acordar.
Que o cair da noite não faça-me perder-te,
Mas que ao contrário disso
Eu possa perder-me num abraço teu.
Que a distância não seja mais que um passar de horas
Que o meu amor revele-se nas entrelinhas
Pois que mais posso fazer além de falar-te e querer-te?
Desejo ainda que o meu pensamento voe e que assim
Eu possa encontrar-te mais ao sul.
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